‘Parem com isso’, MC Danny se defende de ataques por música com DJ Ivis | Manual da Mulher
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‘Parem com isso’, MC Danny se defende de ataques por música com DJ Ivis

‘Parem com isso’, MC Danny se defende de ataques por música com DJ Ivis

MC Danny ficou conhecida nacionalmente após o hit “Não Pode Se Apaixonar”

A cantora MC Danny, 23, revelou nos Stories do Instagram que vem recebendo ataques por sua música em parceria com o DJ Ivis, 30, intitulada “Bundão”. Ela ficou conhecida nacionalmente após o hit “Não Pode Se Apaixonar”, feita em parceria com Xand Avião, 39, e também com o DJ.

Na madrugada desta quarta-feira (14), a artista compartilhou mensagens onde ela era acusada de não ter se posicionado contra o DJ após Pamella Holanda, 27, sua ex-mulher, expor vídeos onde ele a agride em casa. “Ele devia ter espancado você”, afirma um internauta em uma das mensagens.

Danny afirmou que não tem envolvimento no caso e que já havia se posicionado. “Eu não sou a favor dele, por favor parem com isso, estou recebendo ameaças. Gente, eu não tenho nada a ver. Também quero ele preso. Por favor, vocês estão acabando comigo”, escreveu em seus Stories.

“O mundo é cruel, o amor das pessoas se esfriou. Obrigada a todos meus fãs pelas mensagens positivas. Isso está acabando comigo”, continuou. Após ver os posicionamentos da cantora, outra internauta se disse: “Me desculpa como falei, mas tinha visto e entendido que você estava do lado dele.”

Nesta terça-feira (13) a lutadora campeã do UFC e do Bellator Cristiane Justino Venâncio, conhecida como Cris Cyborg, 36, desafiou pelas redes sociais o DJ para uma luta para “mostrar suas habilidades contra mulheres”.

“Cyborg x DJ Ivis. Estamos apenas esperando o Valentão assinar o contrato! Bora nação Cyborg. Entre para a nação que não aceita violência contra mulher”, escreveu a lutadora, que recebeu apoio dos seus seguidores.

Nos stories no Instagram ela publicou várias montagens feitas pelos seguidores convidando o DJ, que ela chama de “valentão” para lutar com ela. Nas postagens aparecem mensagens como “não aguenta cinco segundos”, “esse merece uma surra” e “vai lá DJ Ivis mostra a sua coragem”.

ENTENDA O CASO

Os vídeos que mostram as agressões foram divulgados pela arquiteta e influenciadora digital Pamella Holanda, ex-mulher do DJ. Ele admitiu as agressões, mas afirmou que os vídeos não estão completos e que reagiu a ameaças. A Polícia Civil do Ceará, onde a violência teria ocorrido, investiga o caso.

Na sequência de vídeos, gravados por câmeras instaladas na casa da influenciadora, Pamella leva tapas na cabeça no momento em que tenta pegar a filha do casal no carrinho da bebê; é empurrada e chutada no quarto da criança e é agredida na sala com tapas, socos e pontapés, chegando a cair no chão.

Em duas das cenas, há testemunhas. Uma mulher e um homem não identificados aparecem próximos ao ex-casal. Pamella divulgou também fotos que mostram ferimentos no corpo e na boca.

DJ Ivis postou vídeos afirmando que há acontecimentos que não aparecem nas imagens reveladas pela ex-mulher. “Eu sempre apanhei com a minha filha no braço, alguém tem noção do que é isso?”, ele pergunta em um vídeo em que a arquiteta aparece tentando dar tapas nele, com a filha no colo.

“Sempre tentei fazer de tudo para que isso não chegasse ao extremo. E, como eu disse, tenho como provar tudo, nada vai justificar a reação que eu tive, mas não aguentava mais ameaças”, afirmou.

De acordo com a versão do artista, a ex-mulher o impedia de sair de casa e fazia ameaças contra a própria vida e dizia que sumiria com a filha por não admitir o fim do relacionamento. Ele chegou a registrar um boletim de ocorrências sobre o caso.

“Saí de casa e tenho assumido todas as despesas da filha. Foi feita a denúncia, mas ainda não fui ouvido. Tudo será devidamente provado e esclarecido com o tempo”, ele disse. A produtora Vybbe informou que vai acompanhar os desdobramentos do caso.

“A Vybbe reitera seus valores de respeito às mulheres, presta solidariedade a todas as vítimas de violência e orienta que denunciem todo e qualquer episódio vivido ou presenciado pelo número 180”, diz a nota.

APOIO E DEMISSÃO

Pamella recebeu apoio de várias artistas após divulgar as cenas de agressão. “Por nenhuma mulher a mais silenciada, a violência não deve nem pode nos calar. Não existe justificativa. Todo o meu apoio a Pamella e repúdio às cenas e atos de horror do Dj Ivis. Violência contra mulher é crime”, disse Juliette, campeã do BBB 21.

“Não justifique o injustificável”, afirmou a atriz Giovanna Lancellotti, em um recado para o DJ. “Não existem justificativas ou argumentos que diminuam as provas e a existência do crime cometido. É inaceitável, intragável e brutal”, opinou a cantora Marília Mendonça.

DJ Ivis já foi tecladista e produtor da banda Aviões do Forró e depois participou da reconstrução da carreira do líder do grupo, Xand Avião. Xand, sócio da empresa Vybbe, também se manifestou e disse que não admite nenhum tipo de violência. “Não tem explicação”, afirmou. Segundo ele, a Vybbe vai ajudar Pamella e a filha no que for preciso. Ele afirmou que não há como seguir trabalhando com DJ Ivis. Xand demitiu Ivis da empresa.

A cantora Solange Almeida, ex-Aviões do Forró, divulgou um vídeo orientando as mulheres vítimas da violência a procurarem ajuda. “Amor com violência é doença”, disse. “Tenha consciência do ciclo da violência: primeiro vem a tensão, depois a agressão, depois a desculpa, em quarto a calmaria e em quinto a nova agressão. Em outras palavras, ele não vai mudar”.

A cantora contou que já sofreu violência doméstica e denunciou. “Não é fácil denunciar, mas é preciso. Briga de marido e mulher se mete a colher, sim”, completou. Para a apresentadora Eliana, posicionamentos como o de Xand são importantes nos casos de violência doméstica. “Que a justiça seja feita”, pediu.

Lideranças políticas falaram sobre o caso e pediram providências contra a violência a que são submetidas as mulheres. A vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), por exemplo, reforçou que é importante denunciar e combater a lógica machista e cruel. “Pamella, você não está sozinha”, afirmou.

“As imagens, que não recomendo que ninguém veja, são chocantes e não deixam dúvidas da violência praticada”, escreveu a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP).

Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o governo federal recebeu 105.671 denúncias de violência contra a mulher em 2020. Desse total, 75.753 denúncias diziam respeito à violência doméstica e familiar. Entre as principais estavam ameaça ou coação, constrangimento, agressão e tortura psíquica.