Cannes vira ‘farofa da Gkay’ com Samantha Schmütz, Rafa Kalimann e até coaches | Manual da Mulher
Site Overlay

Cannes vira ‘farofa da Gkay’ com Samantha Schmütz, Rafa Kalimann e até coaches

Cannes vira ‘farofa da Gkay’ com Samantha Schmütz, Rafa Kalimann e até coaches

Entenda!

Depois de pôr em questão se a ex-BBB Juliette Freire pode ser chamada de artista ou não –e ser esculachada logo em seguida–, a humorista Samantha Schmütz fez as malas e embarcou para o Festival de Cannes, na França, disposta a “encontrar arte” e a estudar “cinema direto da fonte”, segundo contou nas redes sociais.

Mas se o plano dela era se ver cercada apenas por gente que ela considera artista de verdade, talvez tenha saído frustrado da viagem que chamou de “um sonho”.

Isso porque se a atriz das comédias “Tô Ryka!” e “De Perto Ela Não É Normal” tivesse tentando entrar na fila para ver o denso longa “R.M.N.”, do romeno Cristian Mungiu, que compete à Palma de Ouro com seu intrincado painel da xenofobia num vilarejo da Transilvânia, teria topado com uma moça alta que fazia caras e bocas na frente do Palácio dos Festivais, sob a direção de um entourage que cuidava para que ela exibisse as madeixas escuras hiperalisadas.

Era a brasileira Sarah Andrade, também uma ex-BBB e colega de confinamento de ninguém menos do que a própria Juliette, que causou celeuma com Schmütz. Agora morena, a brasiliense viajou à França para aproveitar os flashes do evento e expor aos seus seguidores o novo look.

Ela não é a única. O mais importante festival de cinema do mundo –lugar de acalorados debates sobre minúcias cinematográficas, que já recebeu Fellini, Glauber, Tarkovski, Kurosawa et cera– se consolidou como rota para influenciadores e celebridades de todo o tipo dispostos a garantir cliques fazendo carão no tapete vermelho.

Enquanto Sarah Andrade posava na frente de uma das escadarias, ela era dirigida pela conterrânea Patricia Mirza, que se identifica como estrategista de negócios digitais de influência. “Consegui colocar mais de 20 brasileiros no tapete vermelho”, disse ela a este repórter, emendando uma explicação para a importância de Cannes para seus clientes. “[É bom] tanto para celebridades quanto para empresários que querem posicionar o branding pessoal e o de mercado.”

No batalhão que Mirza arrastou para a Riviera Francesa teve espaço para a cantora Amora, que em seu canal no YouTube divulga a música “Cabelo Molhado”, e para o empresário Everton Rosa, que se apresenta na internet como fundador do Myself Club, um programa de coaching que “te destrava quando você não sabe o seu próximo passo”.

A apresentadora Rafa Kalimann, que também entrou na Globo pela porta do Big Brother Brasil, veio num outro bonde para Cannes. Compartilhou postagens sobre os macarons que ela surrupiou numa festa em uma cobertura e sobre a mistura de pizza e batata frita que ela disse ter jantado no quarto de hotel.

Ela ainda exibiu um vídeo de seu longo vestido preto na sessão de “Decision to Leave”, história detetivesca com tintas melodramáticas dirigida pelo sul-coreano Park Chan-wook, e um portal brasileiro cravou, sem cerimônia alguma, que ela “roubou a cena” daquela exibição de gala –muito embora por ali também tivesse passado gente, digamos, muito mais famosa, como a modelo britânica Naomi Campbell e a atriz espanhola Rossy de Palma.

No Twitter a resposta foi diferente. Assim que surgiram as primeiras fotos de Kalimann em Cannes, não faltou quem fizesse a piada de que o mais glamouroso festival de cinema “virou a farofa da Gkay”, em referência ao rega-bofe de três dias organizado por uma influenciadora que contou com uma penca de subcelebridades e foi marcado por fofoca e baixaria.

O fenômeno não é realmente novo, mas com a ascensão da casta dos influenciadores ganhou novo impulso. No ano passado, por exemplo, quando Marina Ruy Barbosa veio ao evento carregada de joias da grife Chopard e “brilhou no tapete vermelho”, segundo portais brasileiros, muito embora nenhum filme da atriz tenha nem sequer sigo selecionado para o concorridíssimo páreo do festival.

Na época, aliás, quem alfinetou sua passagem pela Croisette havia sido ninguém menos do que Samantha Schmütz –sim, ela mesma, a sommelière de artista–, cujo acervo de comédias escrachadas tampouco foi descoberto por Cannes ainda.

A atriz, indignada com o incêndio da Cinemateca, então recente, bradou contra Marina Ruy Barbosa e afins: “cadê as beldades que foram pra Cannes desfilar vestidos e joia? Pseudo-artistas que usurpam a arte para fazerem coisas periféricas e no fundo não estão nem aí pro cinema nacional!”.

Este repórter tentou contato com Schmütz por dois dias, por meio de seu assessor de imprensa. Queria saber quais filmes ela viu e se aprendeu as lições de cinema que disse que estudaria, mas a atriz não quis dar entrevista. Pelo que divulgou nas redes sociais, esteve na sessão de “Frère et Soeur” de Arnaud Desplechin com um vestido preto em homenagem à participação de Sônia Braga em “O Beijo de Mulher Aranha”, e também conheceu o ator venezuelano Édgar Ramírez.

Enquanto isso, Marina Ruy Barbosa retornou a Cannes neste ano e viu o longa de Park Chan-wook na mesma sessão de gala que Rafa Kalimann.